ACALANTO - Elizabeth Bishop


Borboleta.
Adulto e criança
afundam em seu descanso.
No mar o navio afunda, desaparece,
chumbo em seu regaço.
Borboleta.
Deixa as nações brigarem
deixa as nações caírem.
A grade sombreada do berço é uma gaiola
sobre a parede.
Borboleta.
Durma sem parar,
que a guerra vai acabar.
Solta a inofensiva boneca tua
e agarra a lua.
Borboleta.
Se eles disserem
que não tens juízo
não te alteres, é um julgamento
bem impreciso.
Borboleta.
Adulto e criança
afundam em seu descanso.
No mar o navio afunda, desaparece,
chumbo em seu regaço.


ELIZABETH BATHORY- o terrível sadismo da condessa sangrenta

Símbolo da vaidade extrema e dos excessos que ela ocasiona, a condessa sanguinária como ficou conhecida Elizabeth Bathory é tida como a mulher mais cruel do milênio.


Nascida em território húngaro no dia 07 de agosto de 1560, Elizabeth era fruto de uma das famílias mais influentes e ricas da Hungria.
O período de sua infância foi marcado historicamente pela conquista turca de parte do território húngaro, e devido à este fator foi obrigada à presenciar inúmeras atrocidades, inclusive a morte e violação de suas irmãs durante uma invasão de rebeldes ao castelo onde vivia. Talvez desencadeado por isto, Elizabeth apresentava um comportamento incontrolável, acompanhado por ataques epiléticos e ira intensa.
Elizabeth era muito bem instruída, falava fluentemente húngaro, latim e alemão e era conhecida por sua inteligência.


Extremamente bela, com apenas 11 anos de idade Elizabeth ficou noiva do jovem conde Ferenc Nadasdy, cinco anos mais velho, e passou a viver  no castelo dos Nádasdy, em Sárvár.
Ferenc era oficial do exército e passava longos períodos em campanha. Quando contabilizava apenas 14 anos, Elizabeth ficou grávida de um camponês e teve que se manter escondida até a chegada do bebê. Seu casamento, se realizou em 1575 e se tratou de um evento muito importante na época.
Segundo consta o marido de Elizabeth, que era conhecido no exército como "cavaleiro negro" era um dos mais cruéis comandantes do exército húngaro, sendo um dos integrantes do quinteto profano (heróis de guerra que aterrorizaram os turcos), nos períodos em que não se encontrava à serviço do exército, ele ensinava táticas de tortura para Elizabeth, que por sua vez as utilizavam afim de manter a ordem entre a criadagem.


Como Elizabeth ficava a maior parte do tempo sozinha em casa, cabia à ela o disciplinamento dos empregados. Naquela época, os castigos e crueldades com os criados era comum, mas Elizabeth ultrapassava os limites aceitos e promovia sessões de horror gratuitas.
Certa vez segundo relatos, em um ataque de fúria abriu a boca de uma de suas criadas até que seus lábios se separassem. Dentre os cruéis castigos que impunha destaca-se o constante hábito de espetar agulhas sob as unhas e lábios das criadas.
No inverno Elizabeth executava suas vítimas despindo-as na neve e derramando água gelada em seus corpos, até que congelassem e morressem por hipotermia. A predileção sádica de Elizabeth por criados do sexo feminino e jovens, deu origem ao boato que ela se banhava com sangue das jovens como um ritual de beleza.


Por volta de 1585 Elizabeth deu à luz a primeira filha do casal Anna, anos mais tarde nasceram Ursula, Katherina e Paul. De acordo com cartas datadas do período, Elizabeth era ótima mãe e admirável esposa, sendo uma das nobres mais belas da época, não despertava suspeitas sob seu comportamento na sociedade.
Seu marido morreu em 1604 e Elizabeth mudou-se imediatamente para Viena, a partir de então seu comportamento tornou-se ainda mais cruel e pavorosos.
Em Viena, Elizabeth conheceu uma mulher da qual pouco se sabe e supostamente seria sua amante, Anna Darvulia. Esta misteriosa mulher não só tornou sua cúmplice, como também sua mentora e lhe ensinou novas e sofisticadas técnicas de tortura.
No porão de sua casa foram construídas vários instrumentos de tortura e os crimes se tornaram frequentes, sendo que Anna era a responsável pela escolha das vítimas.


Em meados de 1609 Anna adoeceu e veio a falecer, Elizabeth então contando com ajuda de outros cúmplices começou a despertar suspeitas. Com dificuldades de conseguir pessoas que dispusessem à trabalhar para ela, já que boatos sobre suas atividades começavam aparecer, a condessa voltou sua atenção para nobreza e no mesmo ano, encorajada por sua nova companheira Erzsi Majorova (viúva de um camponês) ela assassinou uma jovem nobre, alegando suicídio.
As investigações sobre os crimes cometidos por Elizabeth iniciaram em 1610, quando durante uma noite a condessa enfurecida com a ajuda de seus criados, começaram à arremessar camponeses do alto de seu castelo em direção à uma matilha de lobos famintos. Uma tropa foi enviada pelo rei e segundo relatos, encontraram inúmeros corpos mutilados na residência.


Elizabeth foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo. Uma semana após a primeira sessão em 7 de janeiro de 1611, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos da condessa, a qual continha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra.
Seus cúmplices de assassinato foram presos e condenados a morte. Tiveram os dedos arrancados em praça pública e depois lançados numa fogueira. Elizabeth foi condenada à prisão perpétua em solitária no seu castelo, onde foram construídas barreiras nas portas e janelas de modo que apenas um orifício usado para entrega de alimentos fosse possível.
A condessa ficou presa até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Bathory, em Ecsed.
No julgamento de Elizabeth, não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados, porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais.

simbolo presente no túmulo de Elizabeth:


"Tu, Elizabeth, és como um animal estás nos últimos meses da tua vida. Não mereces respirar o ar nesta terra, nem ver a luz do Senhor. Irás desaparecer deste mundo e nunca mais irás aparecer. As sombras irão encobrir-te e terás tempo para te arrependeres da tua brutal vida. Condeno-te, Senhora de Csejthe, a seres imprisionada perpetuamente no teu próprio castelo."

palavras proferidas na sentença de Elizaberh

FIDEL E RAÚL: MEUS IRMÃOS



Título: Fidel e Raúl, Meus Irmãos
Subtítulo: A História Secreta
Autor: Juanita Castro
Editora: Planeta
Ano: 2011
Idioma: Português

Juanita Castro Ruz sempre foi coadjuvante e ofuscada pelo emblemático percurso na história de seu país traçado por seus irmãos Fidel e Raul Castro, o conhecimento geral sobre ela  se restringia à sua contrariedade às políticas adotadas por Fidel (fato que ocasionou seu exílio em 1965). Porém Juanita teve sua figura reacesa no cenário mundial com a notícia de lançamento de um polêmico livro autobiográfico, que prometia trazer histórias do âmago da família Castro e de revelar fatos políticos ocultos sobre o modo operante de seus irmãos e desafetos.


O livro em questão, rotulado pela impressa cubana como "um folhetim de mau gosto e imoral", é fruto de uma parceria entre Juanita e a repórter mexicana María Antonieta Collins e disserta sobre as lembranças de Juanita de sua vivência familiar, desde a infância em uma fazenda até o conturbado período de desentendimentos com seus irmãos e o seu fatídico exílio voluntário.


Dentre memórias e fatos bizarros como a rejeição de Juanita à figura de Che Guevara, é revelado uma grandiosa rede de conspirações e segredos que envolvem a família Castro, como seu envolvimento com a CIA (mediado pela embaixatriz do Brasil em Cuba) e a tirania de Fidel que movimentado por seu ego, sentia-se no direito inquestionável de opinar sobre qualquer assunto que lhe implicava ou não.


Focando propositalmente na figura de Fidel, Juanita por vezes deixa explícito sua intenção de desconstruir o mito de herói formulado sob sua imagem, nos apresentando um indivíduo autoritário, promiscuo, impulsivo, vingativo e extremamente egoísta.


Em uma das passagens do livro, Juanita afirma que Fidel foi vítima de várias tentativas de assassinato por parte da CIA, uma vez que sua figura com enorme apelo popular e sua postura firme incomodavam e eram tidos como um empecilho para os interesses defendidos por eles.


O relato de Juanita Castro abrange muito mais que escândalos familiares e políticos, ele possibilita o maior entendimento dos bastidores de um momentos mais importantes da história mundial (revolução cubana), tal como as táticas políticas e o reconhecimento mais profundo de um dos líderes mais influentes do último século.


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