A CHUVA - um ensaio na solidão

Meu afeiçoamento pela escrita e pela leitura sempre existiu, no entanto nunca tive competência para escrever poemas, poesias ou coisas afins, aliás nunca me atrevi a fazê-lo. Nada que uma noite chuvosa e solitária não encorajasse...



Geniosamente a chuva insiste em cair e precipita com ela meus pesares
A futilidade da incerteza da cor do seu olhar reitera meu saudosismo
Tempos longínquos ausentes de seu carinho, não me são mais recorrentes
Da janela, observo a vida inerte que prossegue silenciosa
Ainda recente em minha memória o doce de seus lábios e o peso do seu corpo
a lembrança de suas feições permeiam meu universo particular
O silêncio invade de modo pertubador
Por sorte meus olhos já não mais insistem em permanecer abertos...
até eles não encontram sentido em ficar sem você
a chuva findou-se.



esse rabisco de um poema é dedicado à Filipe.

10 VISÕES ERRÔNEAS DO CONTINENTE AFRICANO - desconstruindo estereótipos

Estereótipos basicamente são representações simplificadas e inconsistentes obtidas através da atribuição generalizada a objetos ou seres designados por uma mesma palavra.
Partindo da proposição de Fairclough (2001) que  nenhum discurso é novo e assimilando a concepção de estereótipo a noção de preconceito, temos em Lima e Pereira (2004) a ideia que “os estereótipos, o preconceito e a discriminação são fenômenos presentes desde o surgimento dos primeiros agrupamentos humanos”.
Tendo como base os estereótipos formulados em relação ao continente africano, a jornalista namibiana Christine Vrey, teve a iniciativa de enumerar e desmistificar dez dos mais comuns erros conceituais sobre a África, são eles:

  • A ÁFRICA É UM PAÍS
Comumente segundo Christine, as pessoas assimilam a palavra África a um país, ignorando o fato que o continente africano possui 61 países ou territórios dependentes, e população superior a um bilhão de habitantes, consistindo no segundo continente mais populoso do globo terrestre, atras somente da Ásia.


  • A ÁFRICA É UMA ÁREA TOTALITARIAMENTE DESÉRTICA 
O continente africano possui um riquíssimo ecossistema como a Floresta Equatorial, e biomas característicos como é o caso das savanas, além disso grande parte da vegetação do continente africano encontra-se preservada o que auxilia na conservação de uma gama considerável de espécimes de sua fauna.
Basicamente a região desértica africana, consiste nas porções norte e sudoeste do continente, onde estão localizados os desertos da Namíbia e o do Saara - que é a segunda região mais desértica do mundo, depois da Antártica.


  • AFRICANOS GENERALIZADAMENTE VIVEM EM CABANAS
A rotulação de "continente atrasado" permite que o imaginário coletivo dite que todos os habitantes do continente africano povoem cabanas feitas rusticamente de barro e palha.
Ao contrário disso a África possui vários centros urbanos, onde a maioria esmagadora da população reside, apenas as poucas tribos tradicionalistas remanescentes que permanecem em áreas isoladas, muitas vezes de maneira nômade. 

[Costa do Marfim]
  • COMIDAS AFRICANAS SÃO ESTRANHAS
Como em qualquer civilização os países africanos, mantem muitos de seus pratos tradicionais e isso não obrigatoriamente os torna estranhos, além disso o continente africano tal como toda colônia de grandes potencias foi tomado por muitos de seus costumes, como por exemplo a predileção por fast-foods, sendo que é notável a presença de multinacionais do gênero sobretudo nas capitais.


  • ANIMAIS SELVAGENS ESTÃO POR TODA PARTE
O continente africano possui variedades enormes de espécimes animais, sendo muitos deles encontrados somente lá, porém como em qualquer outro lugar do planeta, esses animais povoam seus habitats naturais, uma vez que as chances de sobrevivência deles em metrópoles seria nula, devido sobretudo a condição desfavorável. 


  • A ÁFRICA É  EXCLUÍDA DIGITALMENTE
Christine afirma que ainda hoje as pessoas se assustam ao saber que na África alguns possuem computadores de ultima geração. O continente africano não se constitui em um lugar isolado do restante do mundo e tal como todos demais países capitalistas aderiram as tecnologias provindas da modernidade, sendo que a defasagem tecnológica do continente em relação a outros são mínimas.


  • EXISTE UM IDIOMA AFRICANO
Originalmente a África era povoada de inúmeras tribos e cada uma possuía seu próprio dialeto, a vexaminosa partilha do continente pelos países imperialistas fez com que não fosse respeitado as similaridades históricas e culturais do povo o que provocou a miscigenação civil, gerando outros tantos dialetos.
Christine explica que na Namíbia por exemplo, existem mais de vinte idiomas usuais. De acordo com pesquisas nenhum país do continente possui menos de cinco dialetos correntes.


  • A ÁFRICA QUASE NÃO TEM HOTÉIS
Segundo Vrey, só nas oito maiores cidades da África do Sul, existem 372 hotéis. Mais um dos diversos resquícios imperialistas no continente é a instalação maciça de hospedarias por parte de gigantes do ramo, sendo que as multinacionais de hotelaria de primeiro mundo estão presentes na maior parte dos países africanos.


  • AFRICANOS NÃO UTILIZAM BANHEIROS CONVENCIONAIS 
Há quem pense, de acordo com a jornalista, que todos os africanos sejam obrigados a fazer suas necessidades atrás do arbusto ou em latrinas a céu aberto. Isso vale, segundo ela, apenas para as áreas desérticas e vilarejos afastados. No geral, uma casa na África dispõe de um vaso sanitário muito semelhante ao seu.


  • TODOS OS AFRICANOS SÃO NEGROS
O imperialismo provocou um intenso processo miscigenacionista no continente africano, tal como a colonização européia na América. Na Namíbia, por exemplo, há famílias africanas brancas descendentes de franceses, holandeses e portugueses.
Mas não há apenas isso: o continente também abriga grandes comunidades de indianos, chineses e malaios, de modo que não se pode falar em “raça africana”.
Christine explica que não existe uma raça negra, muitas pessoas, de acordo com a jornalista, acham que todos os negros são da mesma raça ou grupo étnico. Ela conta que já ouviu pessoas descreverem a própria descendência como sendo, por exemplo, ¼ britânicos, ¼ hispânicos, ¼ russos e ¼ “negros”.
Isso é um engano: há várias características físicas dissonantes entre os povos de pele escura. As diferenças começam pela própria tonalidade: alguns povos têm a pele mais “avermelhada” ou mais marrom do que outros, e alguns são menos escuros, sem levar em conta a miscigenação. Não é possível falar, portanto, em “negros” simplesmente.


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