Pois é, eu realmente gostei de fazer listas sobre os 10+. Assim como toda lista de preferências, é levado em conta a opinião de quem as escreve, e eis a minha:
1- O ÚLTIMO TANGO EM PARIS
A audácia do então não tão notável diretor italiano Bernardo Bertolucci, ao idealizar e um filme com teor erótico e extremamente provocante em plena década de 70 é um ato admirável.
O último tango em Paris foi alvo de atenção desde suas filmagens, já que trazia como protagonista o já badalado Marlon Brando.
Baseado em uma história vivida por Bertolucci, o filme narra a história de Paul, um viúvo norte americano que vai para capital parisiense afim de esquecer o recém suicídio de sua esposa, conhece a jovem Jeanne e sem trocar informações sobre suas vidas os dois planejam manter uma relação baseada somente em sexo.
Considerado pela sociedade setentista uma obra pornô, tachado pelas feministas mais entusiastas como um ode ao machismo e aclamado pelas gerações posteriores como uma obra prima, o filme traz cenas que marcaram e escandalizaram na história do cinema. Como esquecer o exibicionismo e a química perfeita entre Brando e a novata Maria Schneider?
A perfeita intimidade entre o casal e a doentia relação de passividade/dominância e sadomasoquismo era regada à conflitos psicológicos, que ocasionavam recaídas no tratado assimilado no início pelos dois e fazia com que muitas vezes Jeanne se aproximasse da figura de alguém sucumbido pela síndrome de Estocolmo.
A famosa cena em que Paul aparece utilizando manteiga para prática de sexo anal, em um ato tão sádico que se aproxima de um estupro, foi o auge da película que contou ainda com inúmeras cenas de sexo (embora trouxesse poucas cenas de nudismo).
A ferocidade sexual, os diálogos interessantes, as discussões intermináveis entre o casal (pautadas em exageros e ofensas) apenas traduzem como filosofia geral um estudo sobre as relações humanas, e desde modo, seria impossível atribuir ao
O último Tango em Paris apenas uma cena marcante, uma vez que todas (absolutamente todas) as cenas de sexo do filme são um espetáculo complexo em si.
2- INSTINTO SELVAGEM
Dirigido por Paul Verhoeven,
Instinto Selvagem (1992) trazia a história de Nick um policial de Nova York que ao investigar um crime, acaba por se envolver com a principal suspeita do crime a escritora Catherine Tramell, uma mulher manipuladora e misteriosa.
Seria apenas um filme com um enredo interessante, não fosse pelas inúmeras e quentes cenas protagonizadas por Sharon Stone em sua melhor forma e o galã Michael Douglas e deste segundo com Jeanne Tripplehorn.
A cena em que a personagem de Stone, cruza as pernas durante o interrogatório tornou-se célebre e colocou a atriz como objeto de desejo de ambos sexos, a promovendo como sexy simbol e apresentando ao público a definição de mulher fatal, que distingue perfeitamente vulgaridade de sensualidade.
A história frenética e atraente, mesclava em seu âmago inúmeros momentos de sensualidade intensa e de perversão extrema (pautados em palavras obscenas e em atos sugestivos).
A cena em questão é perfeita em todos seus viés, sendo notável a preocupação do diretor com todos os detalhes. De uma maneira envolvente vemos Nick passar de dominante à dominado e percebemos em sua expressão o desejo contrapondo-se ferozmente com o medo frente a possibilidade de estar se envolvendo com uma assassina. Os sussurros, gemidos, o espelho no teto, os enquadramentos perfeitos, os sugestivos dedos na boca e o inesquecível arranhão que faz sangrar as costas do policial são em conjunto os responsáveis maior da segunda colocação.
3- A ÚLTIMA CEIA
A última ceia (2001) dirigido pelo inexperiente Marc Foster, sagrou-se como um dos filmes mais interessantes da década, tendo como protagonistas Billy Bob Thornton, Heath Leadger e Halle Berry (que conquistou o oscar de melhor atriz, por sua atuação).
O filme narra a história de Letícia, uma mulher cujo marido é condenado à pena de morte e se vê obrigada a sustentar e cuidar sozinha de seu filho obeso. Uma tragédia porém a aproxima de Hank Grotowski, um rancoroso agente penitenciário.
A trama é densa e aborda polêmicos temas como racismo, obesidade e suicídio. Singelamente trata-se de um tratado sobre o poder que o amor desperta nas pessoas.
A demorada e incrível cena de sexo no chão da sala protagonizado pelos dois atores, com direito ao nu frontal de Halle lhe rendem a terceira posição.
4- ATA-ME!
Fruto da mente brilhante de Almodóvar,
Ata-me! (1990) considerado por alguns a mais célebre obra do diretor, foi recebido com dualidades pelo público que se em parte o considerou tão obsceno que se aproximava na pornografia, teve outra parte que o recebeu como uma análise arrebatadora do comportamento humano frente aos ímpetos e desejos.
Nesse filme Antonio Banderas dá vida ao psicopata Rick, que nutre um amor doentio por Marina, uma atriz pornô interpretada por Victoria Abril, ao ponto que chega sequestrá-la na tentativa de seduzi-la.
A cena merecedora da quarta colocação é o momento que Rick chega machucado em casa após levar uma surra, afligida pela situação Marina sede aos encantos de seu algoz.
Em uma cena minuciosa com direito ao nu fontal de Victoria e uma sequência formidável, temos uma das cenas mais excitantes do cinema.
5- 9 1/2 SEMANAS DE AMOR
Tido como um dos mais belos filmes de teor erótico,
9 1/2 semanas de amor (1986) dirigido por Adrian Lyne trouxe inovações na maneira que encarar o sexo.
O filme disserta sobre a relação explosiva entre a jovem Elizabeth e o rico e manipulador John.
Kim Basinger e Mickey Rourke, são responsáveis por levar o mundo de fantasias sexuais para as telas de um modo erótico e que em nada se equipara ao pornô.
Dentre os fetiches tratados pelo filme, estão o uso de frutas e apetrechos, o strip-tease (feito de maneira magnifica por Kim) e leves pitadas de sadomasoquismo.
A cena que figura em quinto lugar é justamente uma das que a relação é apimentada por apetrechos, no caso em questão um gelo que é usado por John de maneira extremamente excitante, alternando a ação com beijos e carinhos ousados.
Trata-se de um filme que aborda a exploração do sexo,da submissão, do desejo e até do amor.
6- CISNE NEGRO
Sucesso de críticas e aclamado pelo público,
Cisne negro (2010) é responsável pela cena de sexo lésbico mais lindo da história do cinema.
O longa que gira em torno da história de Nina, uma bela dançarina de balé que acometida pelas cobranças da mãe e pela responsabilidade de protagonizar o papel mais importante de sua vida (Lago dos cisnes), sucumbe às paranoias e perde a sanidade. O papel em questão lhe exige em um momento, despertar seu lado perverso e ela opta por florescer sua obscenidade.
Em uma das cenas mais marcantes do filme, ela é masturbada pelo diretor artístico da companhia.
A cena que rendeu o título de "melhor cena de sexo lésbico" é protagonizado pelas belas atrizes Mila Kunis e Natalie Portman, a mescla de psicodelismo com o tratamento selvagem que Lily dita à Nina faz jus ao título e atiça a imaginação.
7- CARNE TRÊMULA
Uma das obras primas de Almodóvar
Carne trêmula (1997) conta a história de Victor que devido à um mal entendido cumpre seis anos de prisão, enquanto a mulher que ama casa-se com o policial que o prendeu. Em busca de vingança ele decide interferir na história do casal, reascendendo antigos desejos.
O filme disserta sobre a monogamia, coincidências e infortúnios da vida humana.
Dentre as cenas marcantes do filme está a cena que um simples banho entre Elena e David (interpretado magistralmente por Javier Bardem) resulta em um bela sequência de sexo oral, além da épica cena em que Victor recebe lições sexuais de sua amante.
Mas a cena que merece o quarto lugar é protagonizada por Victor e Elena, o remorso do rapaz com sua amada, o longo período em que alimentaram o desejo um pelo outro e as expressões de culpa e excitação da jovem dão um caráter especial, pois não se trata de uma cena onde impera a perversão por si própria e sim o amor dos dois personagens.
8- DE OLHOS BE FECHADOS
Tendo como diretor o aclamado Stanley Kubrick,
De olhos bem fechados (1999) que foi a sua última obra teve 65 segundos de seu enredo proibido nos EUA por "trazer conteúdo impróprio".
Estrelado pelos "queridinhos" Tom Cruise e Nicole Kidman, a história baseada num conto de Arthur Schnitzler, disserta sobre o médico Bill Harford que decide dar início à aventuras sexuais após a confissão de sua mulher que sentia atração por outros homens.
Cenas de nudez exibicionistas, sugestividade de necrofilia, orgias e desejos improváveis são alguns dos elementos que fazem deste uma das obras primas de Kubrick.
Talvez este também figure uma tentativa de analisar as relações humanas, com uma visão particular sobre a monogamia e um mergulho nos oceanos misteriosos de impulsos sexuais.
Dentre suas aventuras, o personagem de Cruise protagoniza a incômoda cena de uma orgia oferecida por uma sociedade secreta (nem tão secreta assim).
Mas a cena que ocupa o terceiro lugar é a famosa cena em que Bill e sua mulher Alice fazem amor em frente ao espelho, apesar de rápida a química entre Cruise e Kidman (na época casados) é marcante.
9- CORPOS ARDENTES
Munido de uma trama envolvente, diálogos interessantes e muitas cenas de sexo
Corpos ardentes (1981) escrito e dirigido por Lawrence Kasdan, trazia em sua estrutura o envolvimento amoroso do frustrado advogado Ned Racine com a rica e obscura Matty, uma mulher casada que planeja junto com o amante assassinar o marido.
Com uma empolgante trilha sonora e uma ótima fotografia, o longa traz uma série de cenas ardentes para época, como a cena em que o casal se agarram sob os lençóis, a que Matty pratica sexo oral em seu companheiro (de maneira espetacular, diga-se de passagem) ou ainda a que estão em uma banheira com pedras de gelo (sim, eles também curtiam o gelo).
Integrado no gênero noir o filme foi muito bem recebido na época e lançou sua protagonista Kathleen Turner ao estrelato, sendo considerada uma das mulheres mais sexy da década de 80.
A cena que ocupa o nono lugar é dotada de sensualidade, já que Matty se exibe para Ned que se encontra do lado de fora da casa e impossibilitado de entrar, uma vez que as portas estão fechadas, ele usa uma cadeira para quebrar os vidros e iniciar uma sequência eletrizante em que os dois se beijam e acariciam ferozmente.
10- O IMPÉRIO DOS SENTIDOS
Sei que muitos esperavam este filme em uma melhor colocação, mas o drama erótico dirigido por Nagisa Oshima não desperta em mim tanto entusiasmo ocasionado provavelmente pela ausência quase que absoluta de expressões faciais do protagonista, tal como se o que fizesse fosse uma mera obrigação (lembrando que isto é minha opinião).
Baseado numa história real, o longa aborda a história de amor de uma ex prostituta que se envolve com o dono da casa onde trabalha como doméstica.
A busca incessante pelo prazer é o tema abordado no filme, que em muitos instantes se aproxima do pornô e traz cenas intrigantes como a que a jovem participa de uma orgia ou quando um ovo lhe é introduzido.
A cena que traz o filme para a décima colocação é estrelado por Sada que em um ritual para aumentar o prazer do parceiro produz instantes de estrangulamento ao mesmo.
Neste caso, sei que serão notadas ausências como Pecado original e a fabulosa cena entre Angelina Jolie e Antônio Banderas, Atração fatal e a cena da pia entre Michael Douglas e Glenn Close ou ainda Cidade dos sonhos e a incrível cena de sexo lésbico entre Naomi Watts e Laura Harring, mas essas ausências podem ser explicadas pelo fato que eu levei em conta a importância da cena no enredo e seu grau de envolvimento na trama e sendo assim esses foram os escolhidos.