VELHA AMIGA


Reinvento-me e cá estou outra vez.
Pupilas dilatadas não me são novidades.
O frescor das brisas enfim pode me tocar,
pois libertei-me de minhas amarras.
Me recordo de ser pássaro,
sempre livre a cantar.
Hoje a solidão entra pela porta da frente
e não ofereço mais resistência.
Velha amiga, entre.
Entre mas não invada.
Chega de mansinho por favor.
Venha, mas me deixe sentir saudades
e parta quando te pedir.
Se um dia fostes imposta,
agora será cultivada.
Não crie expectativas porém, não preciso de ti.
Apenas quero sorrateiramente olhar em seu rosto
vez ou outra.
Não quero que sejas íntima,
mas que saiba mostrar o que me basta.
Serás bem vinda sempre que quiser reafirmar que eu me basto.


Pesquisar