A termologia MPB surgida em meados do século XX, foi aplicada e definida como gênero musical apenas a partir da segunda metade dos anos de 1960 para distinguir a segunda geração da Bossa Nova.
Tendo como intuito inicial a defesa fiel das raízes da música brasileira e despontando como ícones maiores desse novo gênero os célebres Chico Buarque, Gilberto Gil e Elis Regina, a MPB evoluiu com o tempo e incorporou em seu viés novos ritmos, estilos e personalidades.
Na última década o cenário de música brasileira assistiu um crescente surgimento de novas cantoras que contribuiu de forma decisiva para repaginar ainda mais a noção da MPB, que figura atualmente como um gênero acolhedor e suscetível à mudanças e incorporações de especificidades, uma dessas talentosas cantoras é Tiê.
Dona de uma beleza
marcante, um carisma surpreendente e um nome inusitado, Tiê Gasparinetti Biral,
despertou ainda jovem sua audácia e coragem que seriam suas características
definitivas.
Nascida em uma família
de classe média, com apenas 13 anos Tiê ingressou no mundo da moda sem, no
entanto, esquecer suas afinidades musicais.
No ano de 2000 a jovem
embarcou para uma temporada de um ano em Nova York onde estudou música,
expressão corporal e aperfeiçoamento vocal. De volta ao Brasil e decidida a
dedicar-se ao cenário musical, ela começou a fazer shows em bares e casas de
shows de pequeno porte.
A meiguice melódica da
cantora despertou o interesse crítico que logo a elegeu uma das mais promissoras
vozes brasileira, e em 2007 ela gravou em parceria com Dudu Tsuda (tecladista
da conceituada banda mineira Pato Fu)
um EP com quatro musicas.
No ano de 2009 somando
28 anos e em plena maturidade musical, Tiê lançou seu primeiro disco denominado "Sweet Jardim", que trazia dez faixas
autorais que gravadas ao vivo teve grande aceitação do público.
O cd trazia além de
músicas autobiográficas como "Passarinho", canções arrebatadoras e emocionantes
como "A bailarina e o astronauta" que contava com o acompanhamento fiel de sua
intérprete ao violão e parcerias importantes como de Toquinho em sua
canção-título.
Além de render uma
indicação de revelação do Prêmio Multishow de 2010, Sweet Jardim lhe
proporcionou shows por todo Brasil e Nova York, uma turnê pela Europa e foi
eleito pelo periódico Folha de São Paulo como um dos 50 discos que ajudaram a
formar a identidade musical brasileira nos anos 2000.
Entusiasmada pela
receptividade alcançada no primeiro trabalho, a cantora lançou em 2011, seu
segundo trabalho que recebeu o nome de A
coruja e o coração que trouxe releituras de sucessos, além de parcerias e
participações especiais como de Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz.
Considerado uma das
mais satisfatórias surpresas do cenário musical brasileiro e com um
instrumental mais denso que no primeiro cd, a música principal do aclamado "A
coruja e o coração" foi a autoral "A varanda da Liz", que tratou-se de uma
homenagem que a cantora fez a sua filha.
Com desenvoltura e
charme, Tiê vem conquistando ouvidos e corações enquanto se encaminha para o
hall das maiores cantoras de todos os tempos.