ARIADNE - o mito da princesa apaixonada


Ao assumir o trono de Creta, o rei Minos que travava uma batalha acirrada com seus irmãos, rogou à Poseidon, o deus do mar que lhe enviasse um sinal de sua aprovação à seu reinado. Poseidon então lhe enviou um belo touro branco, que deveria ser sacrificado em sua homenagem; Minos porém se encantou com a beleza descomunal do touro e não o matou. Em represália  à tamanha afronta, o egocêntrico deus uniu forças com Afrodite (a deusa do amor) que fez com que Pasífae se apaixonasse pelo touro.
Parsífae que se encontrava perdidamente apaixonada pelo touro, pediu à Dédalo (o lendário artesão) que lhe construísse uma vaca de madeira, para que assim pudesse copular com o touro do mar. Deste bizarro encontro amoroso, nasceu Minotauro, um ser anormal com corpo humano e cabeça de touro.


Durante a infância do ser Parsífae cuidou-o, porém com o tempo ele se tornou feroz e como não havia alimentos que suprissem satisfatoriamente suas necessidades, Minotauro começou se alimentar de homens.
Atordoado, Minos procurou o oráculo em Delfos e aconselhado por este, pediu á Dédalo que construísse um labirinto muito bem elaborado para prender Minotauro, e assim foi feito.


Anualmente eram enviados sete jovens para oferenda ao temido monstro, os jovens eram atenienses como uma retaliação de Minos à Atenas, pela morte de seu filho Androgeu após uma batalha com os atenienses.
E é neste contexto que ARIADNE é inserida.
Ariadne era a formosa filha de Minos, que encantava todos com sua beleza e atraía milhares de pretendentes.


O príncipe ateniense semi-deus Teseu, no terceiro ano de sacrifício decidiu se voluntariar, tendo em mente matar o monstro. Aconselhando-se com o oráculo lhe foi revelado que somente alcançaria a vitória se fosse auxiliado pelo amor.
Assim que Teseu chegou a Creta, Ariadne se apaixonou loucamente por ele e decidiu lhe ajudar à escapar com vida do minucioso labirinto.
Ariadne então propôs à Teseu lhe ajudar em troca de seu amor, o que foi prontamente atendido. Ela deu ao jovem uma espada para que ele pudesse matar Minotauro e um novelo de fio de ouro para que ele o amarasse na entrada do labirinto e fosse o desenrolando para deste modo encontrar a saída.


Uma vez dentro do labirinto Teseu desenrolou o novelo como explicado por Ariadne e ao encontrar Minotauro o cegou com um punhado de areia e o golpeou mortalmente. Teseu ainda cortou o cabelo do monstro para provar que havia o matado e o entregou ao rei Minos, que perdoou Atenas de sua dívida.


Como prometido, Teseu partiu para Atenas levando consigo Ariadne. No caminho de regresso porém, Teseu resolveu repousar na ilha de Naxos (ilha que era predileta do deus Dionísio). Lá chegando a bela Ariadne adormeceu e Teseu aproveitando esse ensejo partiu com seus homens abandonando a princesa.
Ao acordar e vendo-se abandonada Ariadne entrou em desespero.


Ao ver a cena de sofrimento de Ariadne, Dionísio (deus do vinho e das festividades) se apaixonou pela jovem e lhe propôs casamento.
Como presente ele ofereceu à Ariadne uma coroa de ouro revestida de pedras preciosas.
Do matrimônio entre os dois nasceram cinco filhos (há controvérsias): Toas, Estáfilo, Enopião, Pepareto e o herói Céramo.


Quando Ariadne morreu, desolado Dionísio atirou a coroa que havia lhe presenteado em seu casamento ao céu. A coroa formou uma linda constelação que iria recordar por todo sempre a beleza de Ariadne e o amor de Dionísio por ela (Coroa Boreal ou Coroa do Norte).


Até hoje o fio de Ariadne é constantemente citado nos âmbitos da filosofia, da ciência, dos mitos e da espiritualidade, entre outras esferas que reivindicam seu significado metafórico. Vinculado ao símbolo do labirinto, ele é constantemente visto como a imagem com a qual se tece a teia que guia o Homem na sua jornada interior, e o ajuda a se desenredar do caminho labiríntico que percorre em sua busca do autoconhecimento.


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