CONFLITO DE ÁGUAS - a polivalência do cinema espanhol


Conflito de águas
título original: También la lluvia
Gênero: drama.
Diretor: Iciár Bollaín
Elenco: Gael García Bernal, Luis Tosar, Karra Elejalde, Juan Carlos Aduviri
Produção: Juan Gordon
Roteiro: Paul Laverty
Duração: 103 min.
Ano: 2010
País: França/ Espanha/ México
Distribuidora: Paris Filmes 


O drama También la lluvia terceiro filme dirigido por Icíar Bollaín, embora tenha sido o selecionado pra representar o cinema espanhol no Oscar de 2010 e tenha como estrela principal o jovem e talentoso Gael García Bernal no elenco, teve como característica marcante o precário sistema de publicidade. No Brasil a trama foi destaque do Festival do Rio 2011.



A história narrada na trama é de um jovem e idealista diretor espanhol Sebastian, interpretado por Gael que vai para humilde cidade de Cochabamba na Bolívia, com sua equipe de atores e ajudantes liderados pelo ambicioso produtor Costa, afim de gravar um filme sobre a visão crítica da colonização espanhola na América e consequentemente sobre a história de diferentes personagens importantes nessa etapa.
As filmagens do longa provoca alvoroço entre os moradores que são selecionados para participarem do elenco, dentre eles o emblemático Daniel, que é escolhido para representar o líder da resistência indígena.
A trama se passa no ano de 2000, e remete à história real do desastre que eclodiu na Bolívia: a "guerra das águas", quando o governo boliviano em uma equivocada tentativa de melhorar a distribuição de água no país, privatizando o serviço estatal. A terceirização elevou o preço d'água, antes fortemente subsidiado e provocou uma rebelião popular que conflagrou o país.
A revolta popular forçou o governo boliviano a anular a privatização. A gigante transnacional Bechtel acionou a Bolívia por quebra de contrato, mas com a repercussão acabou desistindo do processo.


Assim como tem sido a característica do cinema espanhol atualmente, o filme traz consigo a temática social e política implícita em sua narrativa. Além da problemática da água, é demonstrado paralelamente várias outras questões, tal qual o conflito tácito entre os direitos indígenas e os interesses capitalistas, além da visão  anti-Colombo refutando a ideia de mero descobridor.
Munido de ótimas imagens, uma história envolvente e de contestatórias ideológicas (que compensam diálogos enfadonhos) o filme se mostra uma obra exímia que remete o público a refletir sobre antigas concepções e maliciosos fatos atuais que contando com apatia do senso comum se tornam rotineiros.






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